sábado, 14 de agosto de 2010

PROFESSOR DA USP CONDENA O USO DE COMPUTADORES POR CRIANÇAS


 Apesar de contar com o apoio de muitos educadores, fazer parte das políticas educacionais do MEC e ter o aval da Unesco, a presença das tecnologias de informação e comunicação nas escolas não é uma unanimidade. Uma das vozes mais ativas contra o uso dos computadores por crianças e adolescentes é a de Valdemar Setzer, professor titular aposentado - mais ainda ativo - do departamento de Ciência da Computação da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo Setzer, o computador força um tipo de pensamento lógico-simbólico que não é próprio para as crianças. O professor acredita que as máquinas não só pioram o rendimento escolar dos alunos, como também prejudicam sua imaginação.

Em geral, supõe-se que uma das causas da piora do rendimento escolar seja a perda de tempo no uso do computador em lugar de dedicação a tarefas escolares. Claro que esse é um fator importante, mas eu vou muito mais a fundo, pois analiso a influência do computador sobre a mente de crianças e jovens, em particular, sobre o pensamento. Por exemplo, qualquer aparelho com tela prejudica a imaginação, pois quando se vê uma foto, ou pior, um filme ou animação, não há nada mais a ser imaginado. Compare-se com a leitura de um romance onde tudo tem de ser imaginado, isto é, incentiva-se e treina-se a imaginação. 
A necessidade de crianças usarem o computador porque ele faz parte da nossa sociedade é uma falácia completa. Nesse caso, crianças deveriam guiar automóvel, logo que os pezinhos conseguissem acelerar e brecar e deveriam tomar bebidas alcoólicas bem cedo pois ambos fazem parte da sociedade. É necessário sempre examinar a questão da maturidade. Como o computador não provoca desastres físicos ou para a saúde como os automóveis e as bebidas alcoólicas, acha-se que o computador é inócuo. Este é um grande erro, pois o desastre que ele provoca é mental, portanto, de certo modo, muitíssimo pior. Estamos condenando crianças a serem futuros adultos com pensamentos frios (sem sensibilidade social) e rígidos, por exemplo.
Além disso, por que crianças deveriam ter acesso à informação? Como em tudo na educação, há idade adequada para isso. Qualquer aceleração do desenvolvimento de crianças, seja física como mental, é prejudicial. É um paradoxo que se tenta proteger as crianças contra agressões físicas e psicológicas, e não se perceba que os meios eletrônicos (TV, vídeos games e computador/internet) violam a natureza das crianças e dos jovens, prejudicando-os em suas capacidades de pensar, sentir e querer. 
Fonte: http://www.cenpec.org.br/modules/news/article.php?storyid=626 
O QUE VOCÊ PENSA SOBRE AS IDEÍAS DO PROFESSOR SETZER?
QUAIS ARGUMENTOS VOCÊ UTILIZARIA PARA CONVENCÊ-LO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS NOS AMBIENTES ESCOLARES?
 


2 comentários:

  1. Oi Alessandra,
    Como diz o ditado popular “tudo tem sua hora” e chegou a das tecnologias de informação e comunicação, principalmente a TV, o computador e a internet que invadiram nossas casas fazendo parte do cotidiano de cada um, seja criança, adulto ou idoso. Não podemos mais frear e nem ignorar esta realidade. Além do mais o computador já está inserido na história de nossas crianças, pois já nasceram nessa era digital, onde as tecnologias são veiculadas com uma enxurrada de informações. Ninguém melhor que o educador, comprometido com o ensino-aprendizagem, para trabalhar, com seriedade e responsabilidade, com os recursos das mídias sem violar o “desenvolvimento das crianças, seja físico ou mental”. Acredito que o prof. Setzer, sob sua ótica, talvez taxada de radical, está preocupado com essa massificação trazida pela globalização, porém não podemos recuar e sim avançar de forma positiva para formação de adultos pensantes, críticos, participativos, formadores de opinão e com autonomia para atuarem efetivamente na sociedade.
    Bjs
    Mônica

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  2. Oí Alessandra, gostei muito do seu blog e deixo minha contribuição.
    Penso que tudo tem sua hora realmente, e desde o momento em que a criança demonstre interesse é hora de começar.Tudo com acompanhamento e orientação de alguém com mais experiência no assunto.
    Uma das funções mais básica da escola, é preparar os alunos para a vida.E como prepará-los excluindo-os do contato com a tecnologia, se esta faz parte de praticamente todos os segmentos da sociedade?

    BJS
    Rosangela

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